sábado, abril 09, 2005

ACORDA PORTUGAL

Todos nós conhecemos o parecer da OCDE onde vêm referenciados os baixos índices de produtividade de Portugal. O documento faz referencia à produtividade mais baixa de toda a União Europeia, a obscena evasão fiscal, a baixíssima aposta em inovação, no sector empresarial, as deficiências em educação e formação profissional, o mau uso dos dinheiros públicos, com excesso de gastos e escassez de resultados. Mas é no aprofundamento do fosso entre ricos e pobres que mais incide o retrato impiedoso do artigo. “Onde foram parar os fundos comunitários?, é a pergunta insistente em debates televisionados e em colunas de opinião dos principais jornais do país. A resposta mais frequente é que o dinheiro engordou a algibeira daqueles que mais tinham”, . E lá vêm as comparações: Portugal é o país da UE – suponho que a 15... – com os salários mínimos e médios mais baixos e em que os administradores das empresas públicas ganham vencimentos mais elevados. Porque é o mercado a determina-los ? Claro que não. “São os próprios administradores a fixa–los, remetendo culpas para o mercado.. os executivos das empresas privadas com participação estatal, ou das públicas com accionistas minoritários privados, fazem–se pagar principescamente com a cumplicidade dos accionistas de referência; e estes são representados por outros altos executivos. Grande parte dos nossos empresários estão mais interessados na imagem que projectam do que no resultado do seu trabalho. Para muitos, é mais importante o automóvel que conduzem, o tipo de cartão de crédito com que podem pagar a conta ou o modelo do telemóvel do que a eficiência da sua gestão.
Em suma é o capitalismo no seu melhor, é a herança de trinta anos de desgoverno, quiseram acabar com os ricos, acabaram por acentuar as clivagens.
Faltou à OCDE falar de alguns sectores económicos onde Portugal tinha tradição, ou começava a dar os primeiros passos, e que foram completamente arrasados, ou pela política de terra queimada dos comunistas e seus apêndices, ou pela falta de sentido de estado das teses neo- liberais..
As escolas anarquizam-se; põe –se de parte o ensino da nossa história ; fazem-se reformas conduzidas por falsos ideólogos, que amesquinham a Pátria e vilipendiam os seus maiores num soez insulto ao Povo Português.
As intenções são claras a comunicação social, apresentada como o paladino dos ideais democráticos faz uma censura a tudo o que não for politicamente correcto ,ou que possa incomodar os senhores do sistema.
Torna-se, pois, imperioso estruturar um regime verdadeiramente democrático com a participação activa da vontade popular, em que se desenvolvam laços fortes de responsabilidade e de autoridade que prestigiem o Estado e dignifiquem a vida do povo Português
Um Portugal progressivo voltado ao futuro, cimentado nos valores eternos da Pátria e firmando na vontade soberana de um povo, cuja glória de a servir e engrandecer o génio de Camões imortalizou.